Estávamos na metade do longo caminho entre Copacabana e a Rodoviária. Quatro jovens, subitamente, se espalharam pelo ônibus e começaram a assaltar os passageiros.
Distraída, como de hábito, só percebi a jogada quando o jovem, olhando diretamente nos meus olhos, pedia a grana – meu marido já havia passado a dele.
No mesmo instante, falei :
- Preciso viajar! Não posso deixar de ir! Fiquei super nervosa, com medo de perder a viagem. Precisava levar o contrato de nosso aluguel que a minha mãe iria assinar.
- Estou Grávida ! - gritei com o rapaz que insistia em pegar a bolsa.
Nesse instante o jovem me deixou em paz e, surpreendentemente, devolveu o dinheiro que havia recolhido de meu marido.
Abruptamente, veio, por trás, outro assaltante e pegou de novo a bolsa pela alça, disse com um ar decidido:
- Passa já ! Senão eu lhe enfio a faca.
Olhei bem, em seus olhos negros – que até hoje não pude esquecer -, e respondi decidida:
- Pois enfie, que eu não vou dar !
A resistência fez a alça arrebentar.
Enquanto preparava a descida, na altura do bairro da Saúde, o primeiro rapaz, já na porta do ônibus, gritava: - deixe ela, que está grávida !
E, nesse instante, evaporam-se os quatro.
Haviam limpado os outros três passageiros que seguiam rumo a um culto em Caxias.
Meu marido me olhou terno, foi naquele instante que soube da minha gravidez, e olha que o bebê já estava nos protegendo.
Felizes com o desfecho da história distribuímos pelos três outros passageiros o dinheiro devolvido e, aliviados, seguimos para Teresópolis.
domingo, 7 de dezembro de 2008
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