domingo, 7 de dezembro de 2008

VII

Na época, em que a minha mãe descobriu o câncer, eu já estava decidida que encontraria um emprego. Havia pedido um encontro com o presidente da empresa onde trabalho até hoje.
A reunião foi agendada para 11 de junho, data que eu completava 40 anos e, justamente, o dia que foi marcada a primeira quimioterapia da minha mãe.
Na hora marcada, nos dirigimos ao consultório do oncologista, em Ipanema, onde o procedimento seria feito, combinamos que, depois, pegaríamos um táxi, para que eu pudesse chegar à reunião, marcada para às 17h30.
Às 17h00, mamãe ainda aguardava o início da sessão quimioterápica e queria que eu fosse para o tal encontro. Foi um momento duro.
Eu trabalhava por conta própria há 10 anos. Nos últimos tempos as coisas estavam difíceis, economicamente, para nós. Aquela possibilidade, de trabalho certo, havia caído do céu.
Mas resolvi ligar, avisar à secretária que eu não poderia chegar na hora marcada, que seria melhor agendar outro dia.
O telefone tocou, do outro lado, ela me tranqüilizou dizendo que eu poderia ir com calma, pois a reunião das 18h30 havia sido desmarcada, o presidente me atenderia nesse horário.
A alegria de ter feito a melhor opção me invadiu a alma.

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