domingo, 7 de dezembro de 2008

IV O Condutor

Já havia algum tempo que eu freqüentava o Centro Espírita do Leblon e ainda não conhecia o trabalho assistencial que era realizado na Comunidade da Rocinha.
Ali se promovia reuniões públicas para a comunidade, a partir das 8:00h da manhã de sábado, havia tarefa para todos os gostos, mas eu ainda relutava em assumir essa responsabilidade. Afinal, acordar cedo nunca foi o meu forte...
Naquela sexta-feira, não pude mais escapar.
Durante os trabalhos mediúnicos, dos quais eu participava, uma música muito intensa e ritmada penetrava meus sentidos. Era um grupo de africanos que cantavam um ponto anunciando : “O Povo de Angola voltou”. Estranhei bastante, pois o nosso Centro não era de Umbanda e eu nunca tive hábito de ouvir nada.
Fui para casa curiosa com o acontecido, mas acabei esquecendo e pegando no sono.
Mas o som não quis me deixar, o ponto me acompanhou durante toda a noite, até que me levantei, sem possibilidade de conciliar mais o sono. Eram 6h00.
Sem pensar, me vesti toda e resolvi que faria uma visita à Rocinha. Tentei um táxi pelo telefone, procurando quem soubesse me levar. Nada!
Meia hora depois, desci à rua e fiz sinal para o primeiro motorista que apareceu. Ele me levou direto para a rua onde ficava a Escola Maria de Nazaré.
Achei aquilo incrível...
Nunca entendi direito o houve. Só sei que foi um dos momentos de maior felicidade da minha vida.
Desci e fui andando, calmamente, até o local. Estava tomada por uma profunda emoção.
Ao entrar na Escola parecia que todos me esperavam.

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